terça-feira, 27 de dezembro de 2011

26 de Dezembro - LUTO.


Há pequenos momentos que marcam uma vida. Há certas coisas que passam por nossas vidas, que deixam uma marca que jamais será esquecida. Momentos que jamais sairão da nossa lembrança.
Eu nunca gostei muito de morar onde eu moro, nunca gostei muito de pessoas, nunca tive intenção de ser popular, mas essa cidade me deu algo, que eu jamais poderia esperar.
Já tive vários gatos e cachorros, muitos cuidavam mais de mim, do que eu era capaz de cuidar deles... animais sem raça definida, com um passado desconhecido, que a natureza tratava de colocar em meus braços. Pequenos companheiros que me ajudaram a passar por momentos muito, muito complicados.
Mas foi aqui que recebi o presente mais especial de todos. Minha primeira cadela de raça, uma Huskie Siberiana de 2 anos que a antiga dona insistiu em chamar de Kelly.
Não, esse não era o nome dela, ela se recusava a atender por este nome por mais que chamássemos e não, ela não era uma cachorra brilhante. Não era um exímio cão de guarda, raramente latia ou mordia alguém, apesar de seu porte físico.
Como eu, a Kelly jamais se acostumou com essa casa, com a vida que levava. Era impossível deixa-la solta, sem que ela pulasse o muro e fosse em busca da sua liberdade.
Nos ultimos tempos, todo o espaço que ela possuia, era o quintal ao lado da janela do meu quarto. Bastava abrir a janela que ela vinha, curiosa, espiar o que acontecia no 'meu mundo', uma vez que no mundo dela, nada havia de novo.
A falta de espaço e de atividades físicas acabaram a entediando e ela enfraqueceu, junto com minha mãe. As duas mal conseguiam andar e passavam a maior parte do tempo, confinadas em seus cantos, desanimadas, sem forças pra seguir a vida.
Semana passada minha mãe piorou e hoje estamos aguardando sua internação. Na mesma semana, Kelly fugiu. Fraca, doente... levou algumas horas até que pudessem encontra-la e traze-la de volta. Chamaram um veterinário e esse diagnosticou o que já sabíamos... ela estava fraca e com febre.
Três injeções de vitaminas foi o que ela tomou. Aplicadas uma por dia, até que novamente ela voltou a brincar e a correr, no dia 24 de dezembro de 2011.
Minha mãe viajou no dia 25 e retornou ontem, dia 26, á tarde. Pediu pra que fossemos ver se a pequena tinha água e ração e eis a constatação. Tinha, os potes estavam cheios, mas já não eram mais necessários.
Foi a pior sensação do mundo, tocar seu corpo gelado e petrificado, vêla extendida da grama, como quem desistiu de lutar.
Quando ela chegou aqui, eu brincava com ela, batíamos fotos, corríamos... Lembro bem, que ela nunca me deixava abraça-la, bastava tentar que ela saía correndo, pedindo pra brincar mais. Mas nos ultimos dias, tudo o que ela fazia, era me ver chorar. Era ouvir minhas lamentações pacientemente, com a cabeça deitada em meu colo.
Eu não vi minha cachorra em seu ultimo dia de vida. Eu não brinquei com ela e não lhe dei atenção... por puro egoísmo.
Fiquei adiando nossos passeios, fiquei adiando o tão prometido banho quente fiquei esperando uma oportunidade qualquer pra sentar na calçada e escovar seu pelo macio. E agora eu simplesmente não posso mais.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Be patetic.




Ando tendo atitudes mais infantis do que quando eu tinha 12 anos. E as coisas parecem que só pioram...
É aquela conversa no msn, com alguém que não via há séculos. É aquele jeito absurdo que só eu tenho de interpretar as coisas de uma forma totalmente diferente, torta, errada. E é aquela minha velha mania de me apaixonar por homens lindos e pseudo-perfeitos e ignorar o fato de que eles também teriam de se apaixonar por mim pra que algo funcione.
Aí vem a baixa auto-estima, companheira de anos e anos pós bullings e chifres... e tocos. E todo mundo parece melhor do que eu, e o cabelo já não agrada mais. E as fotos ficam estranhas, ou nem chegam a ficar, por que a vontade não deixa. Elas não existem mais, não mais.
Troquei o celular por um sem câmera e foi o primeiro passo pra minha decadência. Próximo passo é colocar fotos de animaizinhos fofos como avatar.. por que, eu? Eu deveria sossegar em casa e sumir, sumir como sempre tive vontade.
As músicas não me completam, as palavras me faltam... os objetivos se desintegram. E é então que injeto morfina em cada mínimo movimento e deixo mofar os pensamentos mais vibrantes. Pra não sentir, pra não ficar pior, pra diluir devagar tudo o que sou, o que restou de mim. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Unne Faille...


E não é minha culpa se as coisas se quebram”  ~ 

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De fato, não é. Sou estranha, transtornada, confusa às vezes... Mas eu me entendo, me entendo sim. Sei do que gosto e sei mais ainda do que não gosto. Conheço cada detalhe de mim, inclusive as desculpas que arrumo pra mim mesma, fingindo ser alguém diferente.

Diferente... isso eu sou, mas nem sempre gosto de ser. Mas ser a gente não muda, não é? Eu já quis ser diferente, acontece que sou eu e se fosse diferente, seria outra pessoa, com certeza, não me reconheceria mais.

Tenho várias personalidades, não como nos filmes, uma separadinha da outra. São todas juntas, algumas vezes nem todas, uma ou duas que se unem e fazem quem eu sou naquele dia, ou melhor, naquele momento.

Sou criança, completamente boba e abestalhada. Do tipo que passa horas trocando a roupinha do Caiow () e conversando horas com ele, ou com qualquer coisa que eu ache bonitinho. Bom, se você está lendo isso, a essa altura já sabe, que o Caiow  é o meu sapo de pelúcia... aliás, um dos poucos que ainda tem nome. Na verdade todos tem, mas eu esqueci o nome deles lá na minha infância e sempre que acordo criança, tenho que inventar um novo nome. Um novo nome pra tudo, pra todas as coisas. Neologismos... adoro neologismos! Casinha das Gifs

Sou gay.  Casinha das Gifs Completamente viado as vezes. Sou sim... e não por opção sexual, mas por jeito. Tem dias que sou um travesti operado, de tão gay que fico.  São gestos extravagantes e muita putaria sem sentido que sai da minha boca. Sem contar as clássicas expressões e gritinhos desconexos que me entregam totalmente. Aloka total!! 

Sou palhaça que faz de tudo pra arrancar um sorriso se quer de alguém. E se consigo? Aí sim que não paro de jeito nenhum, passo dos limites e choro de tanto rir, ou não, o que fizer outra pessoa rir é o que realmente me interessa. Provoco, brinco, sorrio e falo muita, muita besteira.


Sou uma filhotinha de orc Aprendendo devagar a arte da trollagem  e te sacaneando na primeira deixa. Ou não deixa. Qualquer besteira, qualquer mínimo motivo e você toma um corte. OWNED. Escapa, sem intenção... ou com intenção, depende.

Depressiva Sim, muito. Com muita frequência também. Há os dias em que mal saio da cama. Não tenho vontade de comer, viver, rir, chorar, falar, desenhar, cantar. Nem música me agrada. Só quero ficar quietinha e sozinha que é pra não ter que chorar... e choro.

Mulher.  Que sente desejos, que faz planos pro futuro, que sofre com a perda de um filho, que precisa arrumar um emprego, que não aguenta mais depender da mãe, que vive em busca de um amor. Sistemática, séria, responsável. Cheia de ideais e planejamentos que deixariam qualquer adolescente de 40 e poucos anos de boca aberta.

Seis, e eu paro na sexta personalidade que é pra não assustar. Até por que essas são as que mais me definem. Como eu disse... vez ou outra elas se encontram aqui dentro. Vez ou outra rola uma DR ferrada e nenhuma delas aparece. Mas não é difícil de entender, interpretar, conhecer.




~ Não tenha medo, eu só quero brincar!

sábado, 13 de agosto de 2011

~ Not feel.



Ela não sente. Toda noite, quando vai dormir e precisa se esconder entre os lençóis de seus próprios desejos, ela não sente. Quando o mundo inteiro desaba aos seus pés e ela ainda tem de lutar contra o sangue e os cortes que colocariam tudo no lugar, ela não sente. Luta todo dia pra manter-se viva, por que não sente. Chora em silêncio em seu quarto, por que não sente. Ela não ama, por isso que chora abraçada ao travesseiro com medo de perde-lo. Ela não tem dúvidas, por isso reza todas as noites pra que seus sonhos lhe indiquem um caminho, o que fazer.Ela não sente e por isso segue pedindo, a cada segundo, que a pessoa que lhe disse isso esteja certa, e ela finalmente pare de sentir.





Só um desabafo, depois do que minha mãe falou hoje de manhã...
"Você não sente."